O filme Star Wars: Os últimos Jedi estreou nos cinemas na última quinta-feira, 14 de dezembro, com mais um capítulo da saga de ficção científica e fantasia que gira em torno da luta entre o bem e o mal. E um importante líder cristão acredita que o lançamento pode ser uma oportunidade de pregar o Evangelho.
J. Lee Grady, renomado jornalista cristão e ex-editor da revista Charisma, o principal veículo pentecostal do mundo, produziu um artigo em que defende que os cristãos não "demonizem" um filme só por ele não falar diretamente sobre o que a Bíblia ensina.
"Eu não alienei meus filhos dos contos de fadas, mesmo que essas histórias tivessem magia (Cinderela, Pinóquio), uma bruxa má (O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa) ou um fantasma. Na verdade, acredito que Deus pode usar a ficção criativa para nos ensinar e inspirar", ponderou Grady, que hoje dirige uma ONG cristã dedicada a projetos sociais.
Grady frisou que a estória contada nos filmes de Star Wars possuem boas lições sobre as consequências das escolhas pessoais: "Eu gosto de boas histórias. Adoro narrativas em que os bons ganham, os maus perdem e o pior homem percebe que cometeu um erro e decide mudar. Eu amo contos que ilustram os valores que quero na minha vida, mesmo que o cenário seja um planeta fictício (como Alderaan ou Tatooine)", contextualizou.
"Esse é o apelo de todos os filmes de Star Wars. Eles nos falam, de modo profundo, sobre temas importantes como perdão, coragem e virtude. Eles enfatizam fé, esperança e amor", prosseguiu o líder cristão pentecostal norte-americano.
Com o cuidado de frisar que os filmes Star Wars não servem para ensinar teologia, o texto de J. Lee Grady destaca que a possibilidade de usar os filmes como ferramenta de evangelismo é, puramente, a título de ilustração.
"Eu não acredito que a 'Força' seja a mesma coisa que o Deus da Bíblia (e sim, há ideias hinduístas e budistas nessa mistura). Mas acredito que posso usar a história da Star Wars para ajudar uma pessoa a entender o cristianismo. Esse é o trabalho de um sábio evangelista - ele pode usar uma referência cultural, um mito, uma música pop ou um filme para pregar o Evangelho", propôs.
"Se o apóstolo Paulo estivesse por aí hoje, eu suspeito que ele estaria no cinema assistindo Star Wars - e coletando material para seu próximo sermão", imaginou. "Ele tentou ser relevante para o público. Ele disse: 'Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns' (1 Coríntios 9:22 b). Ele falou o idioma de sua cultura sem apagar sua mensagem ou moral", acrescentou.
Na construção de seu argumento, J. Lee Grady se vale da mesma opinião de outros teólogos sobre a conduta do apóstolo Paulo, que em certas ocasiões, usava a cultura popular para ilustrar a mensagem do Evangelho. Em Atenas, Paulo citou dois poetas locais para descrever o propósito de Deus em uma linguagem que fizesse sentido para o público pagão.
Quando Paulo falou que "Porque n'Ele [Deus] vivemos, nos movemos, e existimos" (Atos 17:28), o apóstolo dos gentios parafraseou Epimênides, um poeta, filósofo e místico grego que viveu em meados dos anos 600 a. C.
"Devemos estar atentos para aqueles que estão buscando o significado da vida e acreditam na mensagem de um filme", orientou, sugerindo que Star Wars: Os últimos Jedi seja uma ferramenta de diálogo introdutivo ao que a Bíblia fala sobre pecado e redenção.